Sombras de ilusão...

A noite era triste, o vento soprava de forma desesperada e eu estava ali, acordada. Fechava os olhos, contudo, não conseguindo dormir, pois a fúria dos ventos não soprara só na rua, também, enlouquecia o meu coração e o meu pensamento.
Pensara no dia que haveria tido e em tudo o que poderia estar a passar na minha vida. Reflectira muito, nos bons momentos que vivera, todavia, descobri que não eram reais, eram só ilusões. Repugnantes ilusões, que serviriam para me confundir e deixar as pessoas aproveitarem-se da minha fragilidade.
A realidade onde vivia foi engolida por um mar de ilusões, criadas pelas sobras, que iludiram o meu coração despedaçando-o no final. As pessoas que julgava gostar de mim, só queriam usar-me. Todos aqueles momentos eram completamente falsos, os sentimentos demonstrados e a felicidade encarnada nesses momentos de pura hipocrisia.
Repudiei-me naquele momento, por ser tão ingénua e deixar que as pessoas me enganassem, com tanta facilidade. Só que, apercebi-me não estar errada, porque, o único erro que cometera era amar.
Amei, quem não devia, não merecia e não queria me amar. Nesse momento, deu-me um aperto no coração e uma vontade de me derreter em lágrimas. Mas, não o poderia fazer, pois as minhas lágrimas só são derramadas por quem realmente merece e alguém que brincou com os meus sentimentos, indiscutivelmente, não é a pessoa certa.
Um sentimento duro e amargo assolou o meu pensamento, estava com vontade de partir tudo. Desaparecer, fugir para um lugar bem isolado, onde ninguém me pudesse encontrar, contudo, essa não era a solução indicada, teria de enfrentar o problema.
Todavia, a minha revolta crescia, a raiva que sentia do mundo e das pessoas que me rodeavam era imensa. Queria ser simpática, com as pessoas que verdadeiramente querem o meu bem. Infelizmente, não conseguia. Tentava enfrentar o mundo com um sorriso, para a ferida sarar, mas, ele desaparecia do meu rosto ao aparecer uma situação adversa. Mesmo sem querer, um problema minúsculo transformara-se num pesadelo, por ter todas as emoções à flor da pele e tudo me afectar.
Simplesmente, desejava ser feliz. Retirar de dentro de mim aquelas energias negativas e olhar o futuro de modo positivo e resplandecente. Apetecia-me dançar e enfrentar as pessoas, viver a vida ao máximo e gastar aquelas vibrações extras de diversão. A alegria era a minha forma de esquecer os problemas, a parte má, é que não durava muito, voltando a entristecer com aquelas malditas sombras.

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