Simplesmente não sei nada!

A infelicidade assola o meu coração que vai gelando.
Por mais que queira, não consigo parar de intelectualizar.
Tento! Volto a tentar, mas não entendo o que estou a pensar
Maldita razão! Razão irracional que me vai desesperando.

Não sei sentir, muito menos me consigo exprimir.
Mas quero! No meu mais profundo ser… eu quero!
Querer não! Estou mesmo no limite, eu necessito
De um refugio em mim própria onde me possa definir.

Existe algo incompreensível dentro da minha alma.
Uma impressão estranha que não é nem um pouco benfeitora,
Mas que me atinge com uma força, simplesmente arrasadora.
Associo-a com o conceito de infelicidade, que tira a calma…

Não pode ser! Como posso ser infeliz? Se renego a possibilidade
De ter algum tipo de sentimento ou emoção dentro de mim.
Já não sei se penso ou sinto. A loucura corrompe-me assim
Na indefinição do meu ser repleto de complexidade.

Será que penso? Será que sinto? Já não sei nada…
A incógnita assolou o meu espírito, não o querendo deixar
E só uma única resposta me consentiu revelar:
A certeza de saber que simplesmente não sei nada!

Paixão vs Amor

Paixão...

Quando estamos apaixonados, vivemos em loucura constante, a disposição que temos para fazer tudo e mais alguma coisa por aquela pessoa é extraordinária e fazemos os possíveis para agradar sem pensar nos limites, pois é o nosso alvo de veneração e, assim, como se não existisse mais nada, fazemos a vida girar em função do outro.
Alem disso, temos a necessidade de expressar o que sentimos, de beijar e transpor para o físico tudo o que está no nosso íntimo e de gritar a todo o mundo que aquela é a pessoa que queremos.
No fundo, a paixão é o viver intensamente a pessoa venerada e sentir a cada momento o prazer de poder ser a escolhida para dar o melhor aquela pessoa, sem pensar em mais nada se não nela.


Vs
Amor...
Quando amamos alguém, vivemos a segurança, queremos aquela pessoa esteja bem e acima de tudo precisamos de a fazer feliz, temos a liberdade necessária para dizer o que pensamos e agirmos como realmente somos, pois aquela pessoa é uma parte de nós e, assim, olhamos o mundos de forma unida, fazendo das nossas vidas uma só.
Alem disto, necessitamos de ter a pessoa do nosso lado, pois mesmo sem a tocar o amor é sentido, também, precisamos de partilhar a nossa vida com ela e não a precisamos de fazer pública.
No fundo, o amor é a cumplicidade e o dividir a vida com outra pessoa, pensando em tudo em conjunto e olhando o mundo os dois juntos, é transformar duas vidas solitárias, em uma única mais feliz, travando as dificuldades mas ponderando sempre no que se está a vivenciar.
...
Enfim, são dois sentimentos distintos, que se podem confundir facilmente e com os quais aprendemos muito, porque tanto podem ser sinónimos da maior felicidade como ambíguos nas vezes em que existem barreiras altas de mais para ultrapassarmos.
Embora seja de referir, que geralmente os grandes amores resultam de uma paixão ardente, pois o apaixonar é mais passageiro, ou seja, uma fase mais atribulada da vida e o amor mais duradouro, por ser uma forma de vida resultante de um sentimento mais profundo.

O outro lado da moeda…

A escuridão do meu quarto consumia o mau ser, o oxigénio que me rodeava começara a desaparecer gradualmente, estava a sufocar. O meu corpo estava quente, como e estivesse a arder nas chamas do inferno. As lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto, sem que as conseguisse controlar. Queria parar e fugir deste pesadelo, contudo tinha vindo para ficar, pois estava presa nas correntes da incompreensão. As pessoas a minha volta não compreendiam o meu sofrimento, a dor que corria nas minhas veias para ele era insignificante, em relação aos seus problemas superficiais. Não! Não estou a dizer que s meus problemas são maiores que os dos outros ou que os deles não interessam. O problema não é esse, pois para mim todos os problemas são importantes e todos merecem encontrar uma resposta, precisam de ter uma solução.
Infelizmente, o que me está a magoar é o facto de ninguém me dar a mão, enquanto eu por mais que não consiga estou sempre lá, com um sorriso nos lábios mesmo que não possa ter, a ajudar os outros a resolver os seus problemas. Quando o faço não peço nada em troca, não o faço por interesse, todavia muitas das vezes gostaria que fizessem o mesmo quando estou mal e o mais duro é que não o fazem.
Queria um abraço, um sorriso ou que me digam “Está tudo bem, porque estou contigo!”, mesmo que não me ouvisse, isto bastava para aliviar a carga negativa que tenho sobre mim. Curiosamente, ninguém o quer fazer, pois à futilidades prioritárias.
O que me está a ferir é a ignorância do mundo que me envolve, ter de ir contra os meus princípios e corroborar da hipocrisia. Não gosto e não quero ser assim! Sair de casa com um sorriso, dizer que está tudo bem mesmo que não esteja, rir-me do que os outros dizem sem vontade para tal. Choca-me, quando as pessoas falam para mim como se fosse um objecto, como se não tivesse sentimentos.
Julgam-me logo pelas minhas acções ou pelo que profiro, mesmo que o tenha feito sem intenção ou com outro significado, as pessoas apontam o dedo e ofendem-se com tais situações, sem tentar perceber o meu lado. Não nego o que faço, nem sequer digo que não fiz, porque também cometo falhas. Não sou perfeita, nem quero ser, mas gostaria que vissem outro lado da moeda, de vez em quando.
Constantemente, dizem-me o que não quero, “gozam” com situações ou mesmo som a minha pessoa e, não tenho o direito de me ofende. Levo tudo na brincadeira, mesmo que machuque por dentro, não parto para a agressão ou mostro o meu descontentamento, prefiro fingir que não aconteceu. Só que, sou humana e não um mero bocado de ferro, por mais que o diabo me esteja a sussurrar ao ouvido e a dizer para tomar uma atitude e enfrentar os outros, gritar e demonstrar que aquele momento foi infeliz, tento não o fazer, pois não quero magoar ninguém. Então porque é que as outras pessoas não o fazem assim como eu?
Claro que não estou a pedir para que alguma coisa mude ou para que as pessoas deixem de ser quem são. Simplesmente, quero que reflictam sobre os seus actos e os sentimentos dos outros.

"Sou feliz só por preguiça"

“Sou feliz só por preguiça”, já dizia Mia Couto e é completamente verdade.
Sou feliz só não para não pensar nos problemas e que tenho e que não são poucos. Vou vagueando por aí de cabeça erguida e esbanjando um sorriso nos lábios, hipócrita pois a vontade do meu ser é chorar.
Contudo, chorar e ficar triste não resolvem os problemas. Sim, sorrir também não resolve, só camufla o que esta menos bem e dá-nos mais força para os resolver.
Assim digo, neste momento sou feliz só por preguiça mas um dia vou ser verdadeiramente feliz, pois o vendaval que me assombra vai passar, o meu estado se saúde vai melhorar e vou ter o meu amor a meu lado.
Simplesmente, vou lutar com toda a força da minha alma e passar a ser feliz com a intensidade que sempre sonhei.

Simplesmente... desespero!

Quero gritar… contudo a voz falha.
Preciso de chorar… mas as lágrimas já secaram.
Neste momento só o desespero consome a minha alma e o desejo que a tempestade passe ainda me mantém viva.
As vezes penso, que talvez fosse melhor não viver, se a minha alma e o meu corpo estão a partir aos pouco à custa do meu sofrimento, porque não acabar logo de vez com tudo?
A única razão que encontro são os outros, existem pessoas que amo e precisam de mim e porque, felizmente, posso me orgulhar de ser amada verdadeiramente por algumas pessoas muito importantes e de ser odiada por tantas outras. Isso dá-me forca, pois o amor faz-me crescer e ajuda-me a levantar a cabeça e seguir em frente e o ódio faz-me crer provar que consigo ser feliz por mais que me estraguem a vida.

Tento amar, mas dói demais...

Não consigo encontrar as palavras certas para expressar o que sinto, mas penso que este pedaço de canção descreve um pouco do que vai dentro da minha alma.


"Nem um sinal de ti
À noite perco-me por aí
Finjo amar pensando em ti
Mas dói demais
Eu dava tudo para te ter aqui
Ao pé de mim outra vez
Eu dava tudo para te ter aqui
Ao pé de mim outra vez"




DAVA TUDO
Adelaide Ferreira



O meu coração despedaçado deseja ser reparado, contudo, ao procurar alguém que o repare ainda se estraga mais, pois continua a ser de quem o destruiu.

Lágrima - Dulce Pontes

Cheia de penas
Cheia de penas me deito
E com mais penas
E com mais penas me levanto
No meu peito
Já me ficou no meu peito
Este jeito
O jeito de querer tanto
Desespero
Tenho por meu desespero
Dentro de mim
Dentro de mim o castigo
Eu não te quero
Eu digo que não te quero
E de noite
De noite sonho contigo
Se considero
Que um dia hei-de morrer
No desepero
Que tenho de te nao ver
Estendo o meu xaile
Estendo o meu xaile no chao
Estendo o meu xaile
E deixo-me adormecer
Se eu soubesse
Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias
Tu me havias de chorrar
Por uma lágrima
Por uma lágrima tua
Que alegría
Me deixaria matar
Simplesmente... uma musica para lá de prefeita....