Coração de manteiga...

O meu sorriso desvaneceu, os meus olhos encheram-se de lágrimas acabando por escorrerem pelo meu rosto. Apercebi-me do quanto sou ingénua e como me deixo usar pelas pessoas mais insignificantes, sem personalidade, que fingem ser alguém na vida, na minha vida. Realmente são alguém muito importante que amo e isso é o pior, o que mais dói, pois eu é que não sou ninguém para essas pessoas.
Amar? Sim, amar é o motivo pelo qual eu sempre dou o perdão a quem não o merece, a acontecimentos que nos atingem e muitas vezes são imperdoáveis. O meu coração nessas alturas entra em guerra com a razão, mas ele continua a gritar mais alto, pois sou sensível de mais. Queria ser capaz de dizer basta e ver as pessoas partirem da minha vida, contudo, a minha alma apela sempre para ficarem e assim, vou sofrendo em silêncio, enquanto cometo sempre o mesmo erro.
Erro? Será a palavra certa? Talvez, pois quando devia fazer algo por mim própria e travar o sofrimento não consigo tomar essa iniciativa. Assim, na minha vida perdoar é um erro, cru e duro, que me faz derramar lágrimas indevidas por pessoas que nem o meu ódio merecem, mas são detentoras do meu amor mais sincero.
Simplesmente, o meu coração mole obriga-me, mesmo não querendo, a perdoar. Por um único motivo, não consigo guardar grandes rancores e deixar de amar alguém, que um dia me despertou esse sentimento tão incoerente, pois tanto pode ser o melhor e mais belo do mundo como o mais ingrato.