Sofucar...

Tentei respirar e não conseguia, aquele calor abrasador estava a consumir-me. O meu sangue ardia como as chamas do inferno, queimando e destruindo o meu interior. Queria-me concentrar mas não conseguia. Desejava estar ali, contudo a minha mente fugia, desaparecia outra dimensão paralela. Ouvia som à minha volta, queria captar o que me diziam, todavia parecia que estava longínquo, não conseguia perceber nada. Naquele momento já não sabia o que pensar ou sentir, o meu subconsciente não me permitia pensar, na minha cabeça existia o vazio.
Fugir, de mim própria, era o que me apetecia naquela situação. Não me conseguia encontrar, a minha alma desaparecera por completo. Agonizava, sem que tivesse piedade de mim própria, nunca conseguira lutar contra o meu subconsciente, embora, que dentro do meu crânio existisse uma batalha constante entre a realidade e o meu ser mais profundo. O meu coração acelerava cada vez mais, sem que me controlasse, o que podia fazer para o travar?
Nada, simplesmente nada! Não existia forma de me travar a mim própria. Matava-me lentamente, sem que nada o pudesse impedir.
O meu corpo precisava de se libertar, sentia-se preso. As minhas pernas, braços, todo o meu corpo necessitava de se mexer, mas não podia, tinha de manter segura. A minha voz grave, enrouquecia a medida que o tempo passava, querendo soltar um grito de dor, raiva, desespero… não sei! Sentir, já não conseguia. Só sei, que desejava desprender-me daquelas correntes, libertando o meu corpo e a minha alma, deixando fluir todas as minhas emoções, como as ondas num mar intenso, revolvendo os sentimentos, sendo levados os negativos e trazendo para dentro de mim apenas os necessários a minha sobrevivência. Paz, amor, conforto espiritual e estabilidade emocional, são alguns do que suplicava que me dessem a beber um pouco no meio daquele tormento. No meio daquele desespero, onde o calor era tão abrasador, que secava as minhas energias, desidratando-me por completo, sem que tivesse reservas suficientes para prosseguir em frente.
Já não conseguia sentir prazer ou qualquer outro encanto que a vida nos trás, quando mais precisamos. A vontade de viver era inexistente, a única vontade ainda restante era de acabar com aquele sufoco.

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